O segundo turno caminha para a reta final. Mas já tem um vencedor: o partido evangélico. Essa baixaria sobre o aborto fez a candidatura do campo popular ceder no programa quanto a alteração da legislação sobre o aborto. É uma pena, mas democracia implica negociação, embora neste ponto acho que não se deva transigir ao obscurantismo. Mas a conveniência eleitoral sempre fala mais alto. Tudo bem, como disse Marilena Chauí, o que está em jogo é a condução econômica. Mas sejamos francos, não haveria tanta mudança assim com o retorno dos tucanos, pelo menos do ponto de vista macroeconômico.
Porém, é bom que se diga que os próprios tucanos cederam em seu programa, Serra garante no Horário eleitoral que não vai privatizar nada. Claro, pode se argumentar - com razão - que ele disse que não sairia da prefeitura para concorrer a governador. Mais que dizer, registrou em cartório tal promessa, como é sabido e amplamente divulgado pela imprensa. No caso das privatizações nem isso ele faz. Claro, no caso da concessão no programa neoliberal dos demotucanos não é necessariamente obra dos evangélicos, mas da sociedade brasileira em geral.
De qualquer modo, liberais, comunistas, socialistas, sociais democratas, enfim defensores do estado laico devem pensar em um pacto para evitarmos que a religião conduza a política brasileira a um arcaísmo que se enxerga hoje nos EUA. É uma questão de estratégia para afirmar um estado plural. É o que acho.
Saudações Dionisíacas
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