sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Feliz Natal!

Há quem veja o natal como uma festa cristã. Há quem diga que não passa de mero pretexto consumista. Pode ser. Talvez seja os dois. Mas para mim é uma data dionisíaca: Festa! Se na Roma antiga foi em homenagem  a Saturno, hoje é uma celebração a Dionísio com a família ou com os amigos. Tanto faz. Mas a melhor definição de Natal, nesse sentido, vem de uma cantora que pra mim é uma grande dionisíaca Amy Winehouse:

"O Natal é uma época mágica de renovação e liberdade. Dia de abandonar o cotidano e se entregar à loucura, em que as pessoas podem beber à vontade, celebrando insanamente a vida, a mil por hora, não impondo limites a sua alegria e festejando até cair.
Pra mim, todo dia é Natal."

Quer algo mais Dionisíaco que isso? Talvez o Reveillon e o Carnaval, mas mesmo que o Natal seja menos intenso que estes, continua dionisíaco. A graça é a farra.

Um Feliz Natal Dionisíaco a todos!

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

ATEA

Pessoal,

 Essa associação de ateus e agnósticos parece bem interessante. Fica a dica para os interessados. Clique aqui para conhecer mais sobre a ATEA.

Saudações Dionisíacas

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Abaixo reproduzo um trecho do baita texto de Elaine Tavares, publicado no saite da Caros Amigos, sobe liberdade de expressão e sua utilização ideológica pelas elites. Recomendo leitura de todo.

. . . E justamente porque essa gente (os "braços roubados da África", bem como os índios e imigrantes pobres) foi a responsável pela acumulação de riqueza de alguns, que era preciso consolidar uma ideologia de discriminação, para que se mantivesse sob controle a dominação. Daí o discurso – sistematicamente repetido na escola, na família, nos meios de comunicação – de que o índio é preguiçoso, o negro é inferior e o pobre é incapaz. Assim, se isso começa a mudar, a elite opressora sabe que o seu mundo pode ruir. . .

Saudações dionisíacas

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Austeridade pós Crise

Muito bom o vídeo a seguir, colado do Diário Gauche, que mostra de forma bem engraçada, quem é que vai pagar a conta!



Saudações Dionisíacas

domingo, 14 de novembro de 2010

Música para o PIG

Essa música expressa um recado dos brasileiros que elegeram Dilma ao PIG. Mas também pode ser um recado pra quem mais chora junto com o PIG. Acho que essa choradeira sobre o ENEM, exemplifica bem o que quero dizer.



Saudações Dionisíacas

sábado, 6 de novembro de 2010

Você Entende?

Amigos, abaixo eu colo um texto genial, o qual copiei, descaradamente, do Blog Metal Cadente:

Serra, candidato do Partido da Social Democracia Brasileira, se diz católico apostólico romano e é apoiado pela mídia, que pertence a grupos de judeus americanos, que são contra os cristãos, mas são apoiados pelos evangélicos, que são cristãos, mas idolatram o Rei Davi, que era judeu e adorava uma suruba. Também são contra o capeta, que é chifrudo, apesar de não ser casado e ser amigo íntimo de Serra, que é o novo amigo do índio, que não tem tribo, mas gosta da merenda das criancinhas pobres, que são forçadas pelas mães a ir nas igrejas evangélicas, onde Serra vai cantar hinos a favor de Israel, que é contra o cristianismo, que é contra a camisinha, aquela que, quando se enche, parece uma bexiga.
Serra diz que é contra o aborto, mas sua mulher, uma chilena que era dançarina, já fez ao menos um, nos Estados Unidos, e diz para o velhinho na rua que Dilma mata as criancinhas, que são contra o aborto, senão não teriam nascido. As criancinhas gostam de doces e do deputado Tiririca, elas apoiam Lula e Dilma, por que eles reduziram a mortalidade infantil e salvaram um montão delas em oito anos.
A TFP gosta do Papa e dos bispos que fazem panfletos sujos, mas não gosta de pobre, que gosta de terra improdutiva, para plantar e comer, mas apóia Serra, que diz que vai acelerar a reforma agrária e o bolsa família, que é um programa que dá uma graninha ao pobre, que compra a comida no mercadinho, que recebe do distribuidor, que compra do produtor, que recebeu as terras pela reforma agrária e, por isso, vota em Dilma, que é apoiada por Lula, que só tem nove dedos, e era metalúrgico em São Bernardo, onde nasceu o PT e o Fusca, que foi projetado pelo Professor Porsche a pedido de Hitler, que não gostava de judeus e não gostava do Papa.
A Maçonaria, que nasceu dos pedreiros que faziam igrejas, apóia Serra, que não gosta de nordestinos e pedreiros. É contra a reforma agrária, que põe comida na mesa do pobre, mas é a favor da redução da pobreza e da libertação dos escravos, que inventaram a feijoada, tomavam chibatadas no lombo e construiram os quilombos, onde só havia negros, que hoje vão nas universidades através do Prouni, que o Lula e a Dilma fizeram.
A Opus Dei, de Alckmim, apoia o Papa e apoia Serra, mas é contra o aborto e a favor dos bispos dos panfletos e dos judeus, que são contra o Papa, que é contra o divórcio, mas apoia Serra, que manda o índio cornear discretamente, mas atrapalha a missa do padre e beija a santinha de barro da igreja católica, que é contra a cornada do índio e contra a maconha, que FHC quer liberar, e também é contra os espíritas, que são a favor da vida. Amém !
Por tudo isso, eu não misturo religião e política.

Abraços!

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Dirceu no Roda Viva

Este programa está ótimo. Os jornalistas tentam de toda forma apertar o José Dirceu, mas ficam só nisso, na tentativa. Dois jornalistas até parecem aqueles eleitores simplórios da direita anti-petista. Por esse ângulo a entrevista já vale a pena, pois imaginei o próprio Dirceu respondendo algumas figuras que conheço. Segue o vídeo:


Saudações Dionisíacas

sábado, 30 de outubro de 2010

O meu lugar na história



Este texto escrevi a pouco no Blog dos netos do seu Alcindo como acho que convém, resolvi colocar aqui também.

Saudações Dionisíacas


O meu lugar na história

Não pretendia comentar sobre política nesse blog. Os dionisíacos é mais apropriado. Mas como escreverei sobre parte das minhas lembranças resolvi postar aqui. Bom, as lembranças que me refiro se tratam das aulas de história que tive no colégio.


Sempre que estudava a história do Brasil ficava imaginando qual era a posição dos meus antepassados: Quem eles apoiavam? De que lado estavam? Eis a ponte para vincular a política e a história ao seu Alcindo. Este tipo de questionamento era maior naqueles acontecimentos chaves da História, como a revolução de 1930, o golpe de 1964, o impeachment de Collor - desse fato especificamente, tenho viva em minha lembrança  (sem que eu entendesse exatamente a importância do acontecimento) minha mãe, torcendo pela queda, assistindo a transmissão da votação numa velha TV de 21 polegadas, com um fundo de madeira, que por muitos anos foi a única que existia lá em casa.


Pois bem. Como dito acima, sempre que encontrava os grandes fatos históricos nos livros me perguntava "de que lado estaria minha família?" Por acaso em alguns fatos decisivos eu soube.


Seu Alcindo como bom filho da terra, não fugiu a luta. Atendeu o pedido de Brizola e procurou organizar o grupo dos 11. Claro, não deu certo. Por outro lado, se esse fato me orgulha outro me deixa menos orgulhoso, foi o fato de que ele em 1989 tenha votado no Collor. Isso, mesmo com o apelo do Brizola para se votar no Lula no segundo turno. Mas tudo bem, é provável que o PT àquela época não estivesse maduro o suficiente para o poder.


Bom, toda essa minha conversa é para justificar o que tenho a dizer agora. Amanhã existe a possibilidade real do Brasil eleger a primeira mulher a presidência, mais que isso, uma mulher de esquerda, representante da continuidade de um governo que tirou 26 milhões de pessoas da miséria, colocando outros 32 milhões na classe média. Isso é um feito e tanto.


Amanhã, portanto, tenho certeza que quando minha filha estudar a história dos dias de hoje, e sobretudo os meus netos, se um dia se perguntarem de "que lado estava a sua família", certamente eles terão orgulho de saber que o seu pai ou seu avô, fez parte da história ajudando eleger a primeira presidenta, mais que isso, ajudando a deixar o Brasil menos injusto, apoiando o lado certo. É isso.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

domingo, 24 de outubro de 2010

VotoSerrapq#2



Saudações Dionisíacas

Manifesto de apoio de psicólogos a Dilma


Manifesto dos psicólogos em apoio a Dilma

Reproduzo manifesto enviado pela amiga Roseli Goffman:

Ao longo dos últimos oito anos, assistimos e participamos de muitas transformações na sociedade brasileira. Um impressionante crescimento da atenção do Aparelho de Estado às necessidades da população brasileira, permitiu um fortalecimento das políticas públicas que ocorreu de forma clara, tanto na construção do Sistema Unificado de Assistência Social (SUAS), quanto no combate à fome, assim como nas mais diferentes formas de apoio ao desenvolvimento cultural do povo brasileiro. Em suma, a máquina estatal passou a ser reconhecedora e produtora de direitos da cidadania.

Os psicólogos foram chamados e se apresentaram.

No processo de construção do SUAS foram contratados mais de oito mil psicólogos. O fortalecimento do SUS conta com cerca de vinte mil psicólogos. Psicólogos, hoje, participam dos processos relacionados a habitação de interesse social, ao fortalecimento do turismo, iniciativas de redução da privação de liberdade de adolescentes, no trabalho com idosos, na defesa civil, em vários espaços e âmbitos do sistema de saúde, na justiça, nas iniciativas voltadas à implantação da Reforma Psiquiátrica (cujo futuro está ameaçado pelo concorrente de Dilma).

Os resultados dessas políticas já são perceptíveis para muito além do sucesso econômico tão propalado na mídia. Houve queda acentuada (e maior do que era esperado) na incidência de desnutrição da infância brasileira. Os livreiros estão comemorando a multiplicação da média de leitura de livros por parte dos brasileiros. Serviços antes restritos aos cidadãos mais abastados são estendidos a enorme número de brasileiros.

Nesse contexto, é praticamente impossível imaginar que as mulheres sujeitas a aborto sejam deixadas fora da atenção das políticas públicas. É praticamente impossível imaginar que o tema da orientação sexual seja utilizado como forma de redução do acesso de cidadãos aos direitos garantidos a todos os brasileiro.

O estado brasileiro vive momentos sem precedentes de abertura à participação da sociedade em suas decisões.

Diante do exposto, os psicólogos abaixo assinados querem ver Dilma presidente da República. O projeto político colocado em curso pelo Presidente Lula precisa continuar a ser implantado. Queremos que o Brasil continue a mudar, conquistando condições mais dignas de vida e superando a histórica dominação/humilhação a que o povo brasileiro esteve submetido.

Novas adesões: http://www.abaixoassinado.org/abaixoassinados/7285

Fonte: Blog do Miro

domingo, 17 de outubro de 2010

Manifesto de Reitores das Universidades Federais à Nação Brasileira

Amigos, aí vai o manifesto, como dito no título desta postagem:

Da pré-escola ao pós-doutoramento - ciclo completo educacional e acadêmico de formação das pessoas na busca pelo crescimento pessoal e profissional - consideramos que o Brasil encontrou o rumo nos últimos anos, graças a políticas, aumento orçamentário, ações e programas implementados pelo Governo Lula com a participação decisiva e direta de seus ministros, os quais reconhecemos, destacando o nome do Ministro Fernando Haddad.
Aliás, de forma mais ampla, assistimos a um crescimento muito significativo
do País em vários domínios: ocorreu a redução marcante da miséria e da pobreza; promoveu-se a inclusão social de milhões de brasileiros, com a geração de empregos e renda; cresceu a autoestima da população, a confiança e a credibilidade internacional, num claro reconhecimento de que este é um País sério, solidário, de paz e de povo trabalhador. Caminhamos a passos largos para alcançar patamares mais elevados no cenário global, como uma Nação livre e soberana que não se submete aos ditames e aos interesses de países ou organizações estrangeiras.
Este período do Governo Lula ficará registrado na história como aquele em

que mais se investiu em educação pública: foram criadas e consolidadas 14 novas universidades federais; institui-se a Universidade Aberta do Brasil; foram construídos mais de 100 campi universitários pelo interior do País; e ocorreu a criação e a ampliação, sem precedentes históricos, de Escolas Técnicas e Institutos Federais. Através do PROUNI, possibilitou-se o acesso ao ensino superior a mais de 700.000 jovens. Com a implantação do REUNI, estamos recuperando nossas Universidades Federais, de norte a sul e de leste a oeste. No geral, estamos dobrando de tamanho nossas Instituições e criando milhares de novos cursos, com investimentos crescentes em infraestrutura e contratação, por concurso público, de profissionais qualificados. Essas políticas devem continuar para consolidar os programas atuais e, inclusive, serem ampliadas no plano Federal, exigindo-se que os Estados e Municípios também cumpram com as suas responsabilidades sociais e constitucionais, colocando a educação como uma prioridade central de seus governos.
Por tudo isso e na dimensão de nossas responsabilidades enquanto educadores,
dirigentes universitários e cidadãos que desejam ver o País continuar avançando sem retrocessos, dirigimo-nos à sociedade brasileira para afirmar, com convicção, que estamos no rumo certo e que devemos continuar lutando e exigindo dos próximos governantes a continuidade das políticas e investimentos na educação em todos os níveis, assim como na ciência, na tecnologia e na inovação, de que o Brasil tanto precisa para se inserir, de uma forma ainda mais decisiva, neste mundo contemporâneo em constantes transformações.
Finalizamos este manifesto prestando o nosso reconhecimento e a nossa
gratidão ao Presidente Lula por tudo que fez pelo País, em especial, no que
se refere às políticas para educação, ciência e tecnologia. Ele também foi incansável em afirmar, sempre, que recurso aplicado em educação não é gasto, mas sim investimento no futuro do País. Foi exemplo, ainda, ao receber em reunião anual, durante os seus 8 anos de mandato, os Reitores das Universidades Federais para debater políticas e ações para o setor, encaminhando soluções concretas, inclusive, relativas à Autonomia Universitária.

Alan Barbiero - Universidade Federal do Tocantins (UFT)
José Weber Freire Macedo – Univ. Fed. do Vale do São Francisco (UNIVASF)
Aloisio Teixeira - Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Josivan Barbosa Menezes - Universidade Federal Rural do Semi-árido (UFERSA)
Amaro Henrique Pessoa Lins - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
Malvina Tânia Tuttman – Univ. Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)
Ana Dayse Rezende Dórea - Universidade Federal de Alagoas (UFAL)
Maria Beatriz Luce – Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA)
Antonio César Gonçalves Borges - Universidade Federal de Pelotas (UFPel)
Maria Lúcia Cavalli Neder - Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)
Carlos Alexandre Netto - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Miguel Badenes P. Filho – Centro Fed. de Ed. Tec. (CEFET RJ)
Carlos Eduardo Cantarelli – Univ. Tec. Federal do Paraná (UTFPR)
Miriam da Costa Oliveira – Univ. Fed. de Ciênc. da Saúde de POA (UFCSPA)
Célia Maria da Silva Oliveira – Univ. Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)
Natalino Salgado Filho - Universidade Federal do Maranhão (UFMA)
Damião Duque de Farias - Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)
Paulo Gabriel S. Nacif – Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB)
Felipe Martins Müller - Universidade Federal da Santa Maria (UFSM).
Pedro Angelo A. Abreu – Univ. Fed. do Vale do Jequetinhonha e Mucuri (UFVJM)
Hélgio Trindade – Univ. Federal da Integração Latino-Americana (UNILA)
Ricardo Motta Miranda – Univ. Fed. Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)
Hélio Waldman – Universidade Federal do ABC (UFABC)
Roberto de Souza Salles - Universidade Federal Fluminense (UFF)
Henrique Duque Chaves Filho – Univ. Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Romulo Soares Polari - Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
Jesualdo Pereira Farias - Universidade Federal do Ceará - UFC
Sueo Numazawa - Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA)
João Carlos Brahm Cousin - Universidade Federal do Rio Grande – (FURG)
Targino de Araújo Filho – Univ. Federal de São Carlos (UFSCar)
José Carlos Tavares Carvalho - Universidade Federal do Amapá (UNIFAP)
Thompson F. Mariz - Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)
José Geraldo de Sousa Júnior - Universidade Federal de Brasília (UNB)
Valmar C. de Andrade - Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)
José Seixas Lourenço – Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA)
Virmondes Rodrigues Júnior – Univ. Federal do Triângulo Mineiro (UFTM)
Walter Manna Albertoni - Universidade Federal de São Paulo ( UNIFESP)

Saudações Dioníacas e até a vitória!

sábado, 16 de outubro de 2010

Segundo Turno

O segundo turno caminha para a reta final. Mas já tem um vencedor: o partido evangélico. Essa baixaria sobre o aborto fez a candidatura do campo popular ceder no programa quanto a alteração da legislação sobre o aborto.  É uma pena, mas democracia implica negociação, embora neste ponto acho que não se deva transigir ao obscurantismo. Mas a conveniência eleitoral sempre fala mais alto. Tudo bem, como disse Marilena Chauí, o que está em jogo é a condução econômica. Mas sejamos francos, não haveria tanta mudança assim com o retorno dos tucanos, pelo menos do ponto de vista macroeconômico.

Porém, é bom que se diga que os próprios tucanos cederam em seu programa, Serra garante no Horário eleitoral que não vai privatizar nada. Claro, pode se argumentar - com razão - que ele disse que não sairia da prefeitura para concorrer a governador. Mais que dizer, registrou em cartório tal promessa, como é sabido e amplamente divulgado pela imprensa. No caso das privatizações nem isso ele faz.  Claro, no caso da concessão no programa neoliberal dos demotucanos não é necessariamente obra dos evangélicos, mas da sociedade brasileira em geral.

De qualquer modo, liberais, comunistas, socialistas, sociais democratas, enfim defensores do estado laico devem pensar em um pacto para evitarmos que a religião conduza a política brasileira a um arcaísmo que se enxerga hoje nos EUA. É  uma questão de estratégia para afirmar um estado plural. É  o que acho.

Saudações Dionisíacas

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Qual projeto? por Manuela D`Ávila

Pessoal, este texto está no blog da deputada Manuela. Vale a pena ler. Ainda mais com este cenário sombrio que começa a se projetar com o crescimento do Serra nas intenções de votos.

Não esmoreçamos!

quinta-feira, 14 de outubro de 2010


Qual projeto?

No futebol, muitas vezes nosso time joga pelo empate. Na política não existe esse resultado. Aqui no Rio Grande encerramos o campeonato local, o Gauchão: elegemos Tarso governador, com um projeto de desenvolvimento local que uniu forças políticas e a sociedade. Garantimos a reeleição de nosso Senador Paulo Paim, metalúrgico comprometido com os direitos dos trabalhadores aposentados e ativos. O meu partido teve um ótimo resultado. Nossos aliados também. Posso afirmar que vencemos o campeonato. O gauchão é importante. Mas, colorados e gremistas sabem que existem campeonatos ainda mais relevantes. É precisamente esse o caso das eleições presidenciais. Mais do que um campeonato Brasileiro, estamos em uma batalha que tem significado para a América e para o mundo.
Mais de dez dias já passaram no segundo turno. O time adversário, joga da mesma forma das equipes de futebol que apelam para o vale tudo. Chuta canelas, comete sistemáticas faltas. Baixa o nível do debate. O que Serra quer para a educação? Qual papel do nosso sistema educacional no projeto de desenvolvimento nacional? Qual desenvolvimento Serra defende? Aquele submisso as grandes potências em decadência? Aquele que não distribui renda, não diminui a miséria, não aumenta o número de empregos? Quais relações que o Brasil manterá com seus vizinhos? A grande potência aliada aos EUA? Como garantirá saúde para os brasileiros? Com mutirões eventuais? Como será a exploração do petróleo? Privatizada? O time adversário não responde. Ataca, chutando as canelas. Traz para o Brasil valores que não são marcas de nossa sociedade, que convive de maneira fantástica com a diversidade religiosa. Porque escondem o verdadeiro jogo? Porque não tem? Não. Porque não é o jogo que o povo brasileiro quer. Nosso povo viu o Brasil mudar. Viu que nosso destino não era ser uma “semi-nação” como queria Fernando Henrique. Que podemos ser grandes e nos relacionar de maneira independente com todos os países do mundo. Viu que é possível ver um filho de trabalhador na universidade pública ou no PROUNI, viu que é possível ter a carteira assinada, ter luz em casa, ter casa!
Eles escondem o jogo. Nós temos a obrigação de jogar bonito. Não podemos cair na provocação. Não chutaremos canelas daqueles que nos chutam. Porque temos o que mostrar. Nosso jogo é o jogo do projeto. Nós mostramos que a universidade pública não precisava ser privatizada. Aliás, dobramos as vagas nas universidades e hoje, elas estão produzindo conhecimento para libertar tecnologicamente o Brasil. Nós democratizamos o conhecimento, quando permitimos que mais de meio milhão de jovens ingressassem no Ensino Superior com o PROUNI e criamos Escolas técnicas em todo o país. Nós geramos 14 milhões de empregos num momento em que o mundo vivia sua maior crise econômica! Nós defendemos que o Estado tenha papel no desenvolvimento do País e criamos o PAC, garantindo infra-estrutura. Nós criamos o Minha casa, minha vida, o Luz para todos. Mas sabemos que mais luz e casa, esses programas garantem dignidade para as famílias. Nós não vendemos a Petrobras. Também não mudamos o nome de nossa maior estatal para “PETROBRAX”. Mas mais do que isso, nossa empresa pública foi decisiva para descobrirmos o Pré-sal. E nós queremos que esse recurso seja público, para transformarmos nossa educação de maneira estruturante, para garantir mais desenvolvimento, mais distribuição de renda.
Esse é o nosso jogo. O jogo de quem carrega sonhos, projetos. O sonho de quem sabe jogando bonito também se vence campeonato.
Agora, faltam quinze dias para as eleições. A bola está com cada brasileiro comprometido com o Brasil desenvolvido, solidário, soberano. Conversem, mostrem o que fizemos. Essa vitória é mais importante do que qualquer campeonato. Ela é decisiva para nosso país seguir mudando.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

CIro detona Serra

Povo,

 A onda verde fez acender o sinal vermelho.Portanto, não custa lembrar com essa entrevista do Ciro porque os tucanos não podem voltar:



Saudações Dionísiacas

domingo, 26 de setembro de 2010

Eleições e populismo vitimológico, por LUIZ FLÁVIO GOMES

Que pena que agora (nestas eleições) inclusive os parentes das vítimas
da violência (pais, mães etc.) acabaram também
contaminados pelo vírus do populismus poenalis. O populismo penal,
precisamente porque explora (no pior sentido da palavra) uma
emoção atávica e primitiva do ser humano (medo do crime),
sempre constituiu terreno fértil para a germinação da clássica
“bancada parlamentar da bala” (ou do “chumbo grosso”),
constituída (sobretudo) de milicianos, policiais (ou ex-policiais) civis,
militares ou federais, juízes aposentados ou membros do Ministério Público.

Agora são os parentes das vítimas da violência que estão tentando
se eleger sob a virótica bandeira do populismo penal (O Estado de
S. Paulo de 12.09.10, p. A12). Eles não veem eficiência na
solução dos crimes, mas prometem (nas suas campanhas)
exatamente a mesma coisa (que sempre foi oferecida pela
classe política): mais rigor penal, irracionalidade, desproporcionalidade,
legislação vingativa emergencial etc. Mais e mais da mesma enganação!
A articulista (d’O Estado de S. Paulo de 12.09.10, p. A12) escreveu:
“Os candidatos vítimas de violência não têm plataformas tão radicais ou populistas
de combate ao crime”. Será?

Pregam o endurecimento das leis e apostam no apelo emocional.
Um deles quer a responsabilização penal de todas as crianças,
de qualquer idade, desde que se trate de crime hediondo e haja
avaliação psicológica positiva. Isso é totalmente inconstitucional (CF, art. 228).
O pai de uma vítima disse: “Nós temos uma postura mais humana,
queremos um sistema carcerário mais justo, não pena de morte”.
Os crimes hediondos, de qualquer maneira, têm que ter pena máxima
de 100 anos. Isso também é totalmente inconstitucional, porque significa
prisão perpétua (aliás: até à morte).

Vamos humanizar (!): 100 anos de cadeia, responsabilidade penal para todas
as crianças etc. Emotividade, irracionalidade e desproporcionalidade são as marcas
registradas do populismo penal, cujos defensores depositam muita fé (acreditam)
e pregam o rigor punitivo (do castigo) como “solução” para o problema da violência
e da segurança pública no nosso país.

O delito, especialmente quando cruel, gera fortes e emocionadas reações
nas pessoas. Essa reação emocional produz uma intensa demanda por
mais castigo, fim da impunidade e mais rigor penal. O castigo do crime
promove a coesão da sociedade (Durkheim). A pena acaba cumprindo,
na prática, essa função (função de união, de coesão, da coletividade).
A mídia usa e abusa dessa primitiva reação popular emotiva e hiperdramatiza
a violência, fazendo coro à demanda de mais rigor punitivo. O legislador,
sensível que é ao clamor público e midiático, sucumbe e aprova mais leis.
Alguns chegam até a defender o rigor penal como “solução” para o problema
da violência e da insegurança. Nesse ponto algumas propostas beiram
o charlatanismo.

Nas últimas sete décadas (de 1940 para cá) o legislador penal brasileiro
não fez outra coisa que aprovar mais e mais rigor punitivo. Luís Wanderley
Gazoto, que é membro do Ministério Público federal, acaba de
apresentar tese de doutoramento (na UnB) comprovando o seguinte:
de 1940 a 30.06.09 o Congresso Nacional brasileiro aprovou 122
leis penais, sendo 80,3% leis punitivistas (agravadoras da sanção penal),
12,3% leis benéficas ao infrator e 7,4% indiferentes. Algumas penas
foram quintuplicadas, sextuplicadas ou octuplicadas. Na 53ª legislatura da
Câmara dos Deputados (de janeiro de 2007 a 30.06.09) foram apresentados
308 projetos, sendo 95% punitivistas (incremento das penas). Na 52ª e 53ª
legislaturas do Senado Federal (de janeiro de 2003 a 30.06.09) foram
apresentados 172 projetos, sendo 97% punitivistas.

São sete décadas de populismo penal incandescente e nada de resultado
positivo. As prisões estão abarrotadas (quase 500 mil presos), mas a
criminalidade não diminuiu e a violência não se arrefeceu. Esse modelo
de mais rigor punitivo como “solução” para o problema da criminalidade
brasileira está esgotado. Transformou-se numa bandeira ilusória, puramente
simbólica, que só tem valor eleitoreiro (porque o povo ainda equivocadamente
acredita no discurso punitivista).

Temos que lutar (com todas nossas forças) por um programa de
prevenção sério e efetivo da violência (e da criminalidade em geral).
Temos que repensar toda nossa política criminal e mudar radicalmente
de rumo, adotando medidas concretas de prevenção primária (que cuidam
das raízes do crime), secundária (criando obstáculos ao crime) e terciária
(o criminoso não pode sair da cadeia pior do que entrou).

É chegado o momento de agirmos com responsabilidade e o máximo
de cientificidade nessa área. De “soluções” milagrosas, eleitoreiras
e irracionais já estamos (todos) fartos. O populismo penal, por tudo
que apresentou até hoje no Brasil, é anti-tiririca: com ele, a cada dia pior fica.


Saudações Dionisíacas

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Simples e Direto - A síntese do pleito nacional.

Paulo Henrique Amorim: a eleição agora é entre Dilma e a mídia
Amigo navegante telefona preocupado: o PiG (*) vai ao Tribunal Superior Eleitoral para impedir a vitória da Dilma no tapetão. Há certo perigo aí.

Por Paulo Henrique Amorim, no blog Conversa Afiada
A procurador eleitoral é a Dra. Cureau, sempre imparcial, que quer calar o Mino Carta. Marco Aurélio de Mello, que, em 2006, como presidente do TSE, ameaçou não dar posse ao Lula, é titular do TSE. Gilmar Dantas (Gilmar Mendes) é suplente no TSE, ele que tentou, com as tropas do Estadão, dar o Golpe de Estado da Direita.

O jenio (José Serra) tem mais chance no TSE do que no voto. E a UDN só ganha eleição no tapetão — no Golpe.

Acontece que a Dilma perdeu a paciência. Dilma não é Lula.

Na resposta à Folha, ela se pôs ao lado de Leonel Brizola, autor de outro vídeo histórico — o editorial que Brizola obrigou o Roberto Marinho a ler. Os filhos do Roberto Marinho sabem disso — o temperamento da Dilma está mais para Brizola do que para Lula.

A Dilma não vai esperar o Golpe sentada em cima das mãos. Dilma tem um aliado importante. Já imaginou o Lula na rua, a pregar uma greve geral para garantir a posse da Dilma? Lula não é Jango. Isso parece uma insensatez? Insensatez é o que o PiG (*) faz hoje no Brasil.

A eleição não é mais entre a Dilma e o Serra, que foi atropelado pela própria insignificância. A eleição é entre a Dilma e o PiG (*).

A Judith Brito disse que a Associação Nacional dos Jornais, que preside em nome do Otavinho, é a oposição. Ela provavelmente não sabia que tinha entrado para a História do Golpe, que tinha escrito uma página do Livro de Ouro da extrema direita brasileira.

O PiG (*) não tem mais volta. Ele destruiu todas as pontes que o ligavam à Democracia e ao Estado de Direito. O PiG (*) é o PiG (*) da Argentina e da Venezuela. Vai fazer o quê? Demitir a Eliane Catanhêde para se aproximar da Dilma? A urubóloga, o Merval, o Waack, o Ali Kamel, o do Golpe de 2006? Não tem como.

O ultimo recurso será entrar com um pedido de anulação da eleição no TSE, redigido por um jurista de prateleira, como, por exemplo, Yves Gandra Martins. O que o PiG (*) quer? Uma Guerra da Secessão? Uma “Revolução” de 32, para se separar de Vargas?

O PiG (*) está miseravelmente isolado. Deve representar uns 5% da população brasileira — seus leitores. Na tem uma passeata do Cansei na rua. Não tem uma Marcha com Deus pela Família e a Propriedade. Não tem um Carlos Lacerda.

A Fiesp não está no Golpe. A Febraban não está no Golpe. A Associação Comercial … associação comercial, qual? Acabou a União Soviética e não assusta mais as mal-amadas. A Igreja Católica afundou-se com seus próprios pedófilos e não tem autoridade moral para derrubar nem prefeito. Os americanos estão atolados no Afeganistão e nas dividas. Não vão mandar a Frota que derrubou o Jango. E o Obama acha o Lula “o cara”.

Não tem Manifesto dos Coronéis. Não tem mais seu redator, o grande democrata Golbery e seu fantoche, o George Washington do Elio Gaspari, o general Geisel. Não tem o Ipês (o Millenium do Jabor, convenhamos…)

Tem alguém na tribuna da Câmara a pedir o Golpe, como o Padre Godinho, da UDN de São Paulo? Cadê o jovem deputado da UDN da Bahia, Antonio Carlos Magalhães, a dizer que o Lula é ladrão? Eles morrem de medo do Lula

Quem o PiG (*) representa? Quer dar o Golpe em nome de que? Em defesa de quem? De seus próprios interesses? A quem interessa defender o interesse do Otavinho, a não ser o próprio Otavinho? Quantas lágrimas serão derramadas no dia em que a Folha fechar? Provavelmente só as do Clóvis Rossi.

O PiG (*) não tem mais como conversar com a presidenta Dilma, depois desse desabafo, hoje, no Rio. Não adiante produzir manchete na Folha para o jenio e o Gonzalez reproduzirem no programa eleitoral. Não dá em nada.

A pesquisa tracking da Vox Populi desmoralizou o Datafalha e o Globope. A Sensus idem. Os institutos mineiros acabaram com o blefe, a chantagem.

O Tribunal Superior Eleitoral vai dar o Golpe em nome de que? Da quebra dos 30 milhões de sigilos da filha do Serra? Do filho da Erenice? Do tucano que sumiu com a Caixa (2?) do Serra?

Como diz o Vasco: acharam um monte de Vavás e o Daniel Dantas está solto. Esse é o problema grave: o PiG perdeu a importância. Ele só serve para dar Golpe. Para desestabilizar o país. Com o Lula, o PiG (*) podia achar que levava o Brasil à beira do precipício e, na hora “h”, o Lula conciliava. A bonomia do Lula não deixava o caldo virar.

A Dilma não é o Lula. O Otavinho que se cuide. Os filhos do Roberto Marinho que se cuidem. Eles vão fechar o negócio do pai.


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

sábado, 18 de setembro de 2010

Aliança Batista publica texto contra a demonização de Dilma por parte de pastores não tão éticos assim.

Muito bom o texto. Aliás, impressionante. Não acreditava mais que me depararia com alguma entidade religiosa que soubesse conviver, de verdade, com as diferenças. Deu de relho nos picaretas religiosos que andam infestando nosso país.
Parabéns aos batistas.


ELEIÇOES 2010: PRONUNCIAMENTO DA ALIANÇA DE BATISTAS DO BRASIL


do site da Aliança.


A Aliança de Batistas do Brasil vem, por meio deste documento, reafirmar o compromisso histórico dos batistas, em todo o mundo, com a liberdade de consciência em matéria de religião, política e cidadania. A paixão pela liberdade faz com que, como batistas, sejamosum povo marcado pela pluralidade teológica, eclesiológica e ideológica, sem prejuízo de nossa identidade. Dessa forma, ninguém pode se sentir autorizado a falar como "a voz batista", a menos que isso lhe seja facultado pelos meios burocráticos e democráticos de nossa engrenagem denominacional.

Em nome da liberdade e da pluralidade batistas, portanto, a Aliança de Batistas do Brasil torna pública sua repulsa a toda estratégia político-religiosa de "demonização do Partido dos Trabalhadores do Brasil" (doravante PT). Nesse sentido, a intenção do presente documento é deixar claro à sociedade brasileira duas coisas:

(1) mostrar que tais discursos de demonização do PT não representam o que se poderia conceber como o pensamento dos batistas brasileiros, mas somente um posicionamento muito pontual e situado;

(2) e tornar notório que, como batistas brasileiros, as ideias aqui defendidas são tão batistas quanto as que estão sendo relativizadas.

1. A Aliança de Batistas do Brasil é uma entidade ecumênica e dedicada, entre outras tarefas, ao diálogo constante com irmãos e irmãs de outras tradições cristãs e religiosas. Compreendemos que tal posicionamento não fere nossa identidade.

Do contrário, reafirma-a enquanto membro do Corpo de Cristo, misteriosamente Uno e Diverso. Assim, consideramos vergonhoso que pastores e igrejas batistas histórica e tradicionalmente anticatólicos, além de serem caracterizados por práticas proselitistas frente a irmãos e irmãs de outras tradições religiosas de nosso país, professem no presente momento a participação em coalizões religiosas de composição profundamente suspeita do ponto de vista moral, cujos fins dizem respeito ao destino político do Brasil.

Vigoraria aí o princípio apontado por Rubem Alves (1987, p. 27-28) de que "em tempos difíceis os inimigos fazem as pazes"? Com o exposto, desejamos fazer notória a separação entre os interesses ideológicos de tais coalizões e os valores radicados no Evangelho. Por não representarem a prática cotidiana de grande fração de pastores e igrejas batistas brasileiras, tais coalizões deixam claro sua intenção e seu fundo ideológico, porém, bem pouco evangélico. Logrado o êxito buscado, as igrejas e os pastores batistas comprometidos com as coalizões "antipetistas" dariam continuidade à prática ecumênica e ao diálogo fraterno com a Igreja Católica, assim como com as demais denominações evangélicas e tradições religiosas brasileiras? Ou logrado o êxito perseguido, tais igrejas e pastores retornariam à postura de gueto e proselitismo que lhes marcam histórica e tradicionalmente?

2. Como entidade preocupada e atuante em face da injustiça social que campeia em nosso país desde seu "descobrimento", a Aliança de Batistas do Brasil sente-se na obrigação de contradizer o discurso que atribui ao PT a emergente "legalização da iniquidade". Consideramos muito estranho que discursos como esse tenham aparecido somente agora, 30 anos depois de posicionamentos silenciosos e marcados por uma profunda e vergonhosa omissão diante da opressão e da violência a liberdades civis, sobretudo durante a ditadura militar (1964-1985). Estranhamos ainda que tais discursos se irmanem com grupos e figuras do universo político-evangélico maculadas pelo dinheiro na cueca em Brasília, além da fatídica oração ao "Senhor" (Mamon?).

Estranhamos ainda que tais discursos não denunciem a fome, o acúmulo de riqueza e de terras no Brasil (cf. Isaías 5,8), a pedofilia no meio católico e entre pastores protestantes, como iniquidades há tempos institucionalizadas entre nós.

Estranhamos ainda que tais discursos somente agora notem a possibilidade da legalização da iniquidade nas instituições governamentais, e faça vistas grossas para a fatídica política neoliberal de FHC, além da compra do congresso para aprovar a reeleição. Estranhamos que tais discursos não considerem nossos códigos penal e tributário como iniquidades institucionalizadas. Os exemplos de como a iniquidade está radicalmente institucionalizada entre nós são tantos que seriam extenuantes. Certamente para quem se domesticou a ver nas injustiças sociais de nosso Brasil um fato "natural", ou mesmo como a "vontade de Deus", nada do mencionado antes parece ser iníquo. Infelizmente!

3. Como entidade identificada com o rigor da crítica e da autocrítica, desejamos expressar nosso descontentamento com a manipulação de imagens e de informações retalhadas, organizadas como apelo emocional e ideológico que mais falseia a realidade do que a apreende ou a esclarece. Textos, vídeos, e outros recursos de comunicação de massa, devem ser criteriosamente avaliados.

Os discursos difamatórios tais como os que se dirigem agora contra o PT quase sempre se caracterizam por exemplos isolados recortados da realidade.

Quase sempre, tais exemplos não são representativos da totalidade dos grupos e das ideologias envolvidas. Dito de forma simples: uma das armas prediletas da difamação é a manipulação, que se dá quase sempre pelo uso de falas e declarações retiradas do contexto maior de onde foram emitidas. Em lugar de estratégias como essas, que consideramos como atentados à ética e à inteligência das pessoas, gostaríamos de instigar aos pastores, igrejas, demais grupos eclesiásticos e civis, o debate franco e aberto, marcado pelo respeito e pela honestidade, mesmo que resultem em divergências de pensamento entre os participantes.

4. A Aliança de Batistas de Brasil é uma entidade identificada com a promoção e a defesa da vida para toda a sociedade humana e para o planeta. Mas consideramos também que é um perigo quando o discurso de defesa da vida toma carona em rancores de ordem política e ideológica.

Consideramos, além disso, como uma conquista inegociável a laicidade de nosso estado. Por isso, desconfiamos de todo discurso e de todo projeto que visa (re)unir certas visões religiosas com as leis que regem nossa sociedade. A laicidade do estado, enquanto conquista histórica, deve permanecer como meio de evitar que certas influências religiosas usurpem o privilégio perante o estado, e promova assim a segregação de confissões religiosas diferentes. É mister recordar uma afirmação de um dos grandes referenciais teológicos entre os batistas brasileiros, atualmente esquecido: "Os batistas crêem na liberdade religiosa para si próprios. Mas eles crêem também na igualdade de todos os homens. Para eles, isso não é um direito; é uma paixão. Embora não tenhamos nenhuma simpatia pelo ateísmo, agnosticismo ou materialismo, nós defendemos a liberdade do ateu, do agnóstico e do materialista em suas convicções religiosas ou não-religiosas" (E. E. Mullins, citado por W. Shurden).

Nossa posição está assentada na convicção de que o Evangelho, numa dada sociedade, não deve se garantir por meio das leis, mas por meio da influência da vida nova em Jesus Cristo. Não reza a maior parte das Histórias Eclesiásticas a convicção de que a derrota do Cristianismo consistiu justamente em seu irmanamento com o Império Romano? Impor a influência de nossa fé por meio das leis do Estado não é afirmar a fraqueza e a insuficiência do Evangelho como "poder de Deus para a salvação de todo o que crê"? No mais, em regimes democráticos como o Estado brasileiro, existem mecanismos de participação política e popular cuja finalidade é a construção de uma estrutura governamental cada vez mais participativa. Foi-se o tempo em que nossa participação política estava confinada à representatividade daqueles em quem votamos.

5. A Aliança de Batistas do Brasil se posiciona contra a demonização do PT, levando em consideração também que tal processo nega o legado histórico do Partido dos Trabalhadores na construção de um projeto político nascido nas bases populares e identificado com a inclusão e a justiça social. Os que afirmam o nascimento de um "império da iniquidade", com uma possível vitória do PT nas atuais eleições, "esquecem" o fundamental papel deste partido em projetos que trouxeram mais justiça para a nação brasileira, como, por exemplo: na reorganização dos movimentos trabalhistas, ainda no período da ditadura militar, visando torná-los independentes da tutela do Estado; na implantação e fortalecimento do movimento agrário-ecológico dos seringueiros do Acre pela instalação de reservas extrativistas na Amazônia, dirigido, na década de 1980, por Chico Mendes; nas ações em favor da democracia, lutando contra a ditadura militar e utilizando, em sua própria organização, métodos democráticos, rompendo com o velho "peleguismo" e com a burocracia sindical dos tempos varguistas; nas propostas e lutas em favor da Reforma Agrária ao lado de movimentos de trabalhadores rurais, sobretudo o MST; no apoio às lutas pelos direitos das crianças, adolescentes, jovens, mulheres, homossexuais, negros e indígenas; e na elaboração de estratégias, posteriormente transformadas em programas, de combate à fome e à miséria. Atualmente, na reta final do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, vemos que muita coisa desse projeto político nascido nas bases populares foi aplicado. O governo Lula caminha para seu encerramento apresentando um histórico de significativas mudanças no Brasil: diminuição do índice de desemprego, ampliação dos investimentos e oportunidades para a agricultura familiar, aumento do salário mínimo, liquidação das dívidas com o FMI, fim do ciclo de privatização de empresas estatais, redução da pobreza e miséria, melhor distribuição de renda, maior acesso à alimentação e à educação, diminuição do trabalho escravo, redução da taxa de desmatamento etc. É verdade que ainda há muito a se avançar em várias áreas vitais do Brasil, mas não há como negar que o atual governo do PT na Presidência da República tem favorecido a garantia dos direitos humanos da população brasileira, o que, com certeza, não aconteceria num "império de iniquidade".

Está ficando cada vez mais claro que os pregadores que anunciam dos seus púpitos o início de uma suposta amplitude do mal, numa continuidade do PT no Executivo Federal, são os que estão com saudade do Brasil ajoelhado diante do capital estrangeiro, produzindo e gerenciando miséria, matando trabalhadores rurais, favorecendo os latifundiários, tratando aposentados como vagabundos, humilhando os desempregados e propondo o fim da história.

Enfim, a Aliança de Batistas do Brasil vem a público levantar o seu protesto contra o processo apelatório e discriminador que nos últimos dias tem associado o Partido dos Trabalhadores às forças da iniquidade. Lamentamos, sobretudo, a participação de líderes e igrejas cristãs nesses discursos e atitudes que lembram muito a preparação das fogueiras da inquisição.


Maceió, 10 de setembro de 2010

Pastora Odja Barros Santos - Presidente

Pastores/as batistas membros da Aliança

Pr. Joel Zeferino _ Igreja Batista Nazaré - Salvador-BA

Pr. Wellington Santos - Igreja Batista do Pinheiro - Maceió-AL

Pr. Paulo César - Igreja Batista Bultrins - Olinda -PE

Pr. Paulo Nascimento - Igreja Batista da Forene - Maceió-AL

Pr. Reginaldo José da Silva - Igreja Batista da Cidade evangélica dos órfãos - Bonança-PE

Pr. Waldir Martins Barbosa - Ig. Batista Esperança

Pr. Silvan dos Santos - Igreja Batista Pinheiros - São Lourenço da Mata- PE

Pr. Marcos Monteiro - Comunidade de Jesus - Feira de Santana - BA

Pr. João Carlos Silva de Araujo - Primeira Igreja Batista do Recreio

Pra. Marinilza dos Santos - Igreja Batista Pinheiros - São Lourenço da Mata- PE

Pr. Adriano Trajano - Chã Preta - AL

Pr. Pedro Virgilio da Silva Filho - Serrinha BA

Pr. Gilmar de Araújo Duarte - PIB Brás de Pina - RJ

Pr. Alessandro Rodrigues Rocha - SIB Petrópolis, Petrópolis RJ

Pr. Nilo Tavares Silva - Igreja:Batista em Praça do Carmo, Rio de Janeiro RJ

Pr.Luis Nascimento - Princeton, NJ - USA

Pr.Raimundo Barreto - USA

Fonte: vi o mundo
o que voce não vê na mídia.
Luiz Carlos Azenha

http://www.viomundo.com.br/politica/batistas-repudiam-campanha-politico-religiosa-contra-dilma.html

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Eleições se vencem na urna

Esta entrevista no Globonews é bem elucidativa. De um lado uma jornalista que parece uma militante tucana do outro lado um professor da PUC que frustra a militante. Vejam e tirem suas próprias conclusões



Saudações Dionisíacas

sábado, 4 de setembro de 2010

O verdadeiro time do Serra

Bye bye Serra!



Saudações Dionisíacas

Música para FHC

"Eu mudei o Brasil e este legado não está aparecendo" FHC. Depois de ler esta comovente declaração do nosso ex-presidente, no blog Amigos de Pelotas,  me lembrei dessa música:



Bye bye Serra

Saudações Dionisíacas

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Plebiscito pela limitação da propriedade da terra no Brasil


Entre os dias 01 e 07 de setembro é possível votar no Plebiscito pela limitação da propriedade da terra no Brasil, proposto pelo Fórum Nacional pela Reforma Agrária e Justiça no Campo, com a participação de importantes sindicatos e entidades como CUT, ANDES, FETRAF, Via Campesina, MST, CONTAG, DESER, IBASE, MPA, CNBB, entre outras.
A proposta é incluir um novo inciso na Constituição Federal que determine que as propriedades rurais fiquem dentro do limite de 35 módulos fiscais, o que corresponderia entre 175 e 1850 hectares, sendo que cada hectare é relativo a aproximadamente um campo de futebol.
O artigo 4 da lei 8629/93 apresenta parâmetros para a classificação de propriedades rurais no Brasil, dividindo-as em minifúndio, com até 1 módulo fiscal, pequena propriedade, com 1 a 4 módulos fiscais, média propriedade, com 4 a 15 módulos e grande propriedade, com mais de 15 módulos fiscais.
Tais parâmetros apenas reafirmam que determinar a limitação da propriedade rural em 35 módulos fiscais é, no mínimo, razoável. Além disso, apresenta as históricas justificativas pela reforma agrária no país, desmistificando a idéia de que as terras seriam arrancadas de quem nelas honestamente produzem e seriam entregues à “bandos de comunistas ferozes de enxadas e foices na mão”.
A questão da distribuição da terra no Brasil é grave e urgente, sendo além de tudo medida de justiça no campo. Em uma época que tanto se discute sobre sustentabilidade e crise alimentar, vale destacar que a agricultura familiar, a qual ocupa propriedades de até 4 módulos fiscais, é atualmente responsável por mais de 70% da produção alimentar do país e é quem mais respeita o meio ambiente na sua lida diária.
Não restam dúvidas de que a limitação e posterior distribuição de terras é forte medida para diminuir desigualdades, viabilizar a manutenção de uma população rural, fortalecimento da agricultura familiar, plantio de alimentos em substituição à grandes lavouras de monocultura e sustentabilidade na produção agrícola.
Pense nisso e vote!

Assista o vídeo da campanha aqui http://www.limitedaterra.org.br/videos.php?id=6


“Vivo pobre sofrido sem ter terra, vendo os filhos chorando sem comer, vive o povo em tempo de morrer, vendo a hora formar-se uma guerra, a reforma se fala mas emperra, que não vai para frente é só para trás, pois não é só pensando que se faz, um povo ser forte e varonil, ou o Brasil põe fim ao latifúndio, ou o latifúndio acaba com o Brasil

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Da imparcialidade ativa a sinuca de bico

Tarso cresceu nas últimas pesquisas feitas por todos institutos. Já sabemos. Sabemos também que não acompanhou o crescimento de Dilma. Não tenho competência pra discutir as razões disso. Mas me pareceu que passa despercebido o fato de Yeda crescer. Fogaça portanto caiu, pouco, mas caiu. Diante disso faço as seguintes considerações.

Embora por enquanto, o crescimento de Yeda não chegue ameaçar o peemedebista é preciso considerar que ela tem mais tempo que este no horário eleitoral de televisão. Também é fato de que embora Dilma já apareça na frente de Serra no RS, este será muito bem votado. Graças a um anti-petismo irracional que cravou raízes no RS.

Considerando isso, Serra carreará votos a Yeda, basta essa se vincular (e vai) se credenciar como oposto ao PT. Então isso me leva a crer, que Fogaça deve cair mais e sua ida ao segundo turno ainda é uma incógnita. Como Serra deverá ficar perto dos 40% dos votos no RS, se ele transmitir boa parte de seus votos a Yeda ela chega tranquilamente ao segundo turno. Porém, isso dependerá da capacidade de Serra transferir votos para Yeda, mesmo que ele não queira. Pois se é certo, que ele angaria votos a governadora, esta  pelo contrário, tira votos do "Zé Serra".  Considerando que interessa mais ao tucano paulista se eleger presidente que reeleger sua correligionária ele deve se aproximar do candidato compositor. Esta aproximação garante a Fogaça adesões de muitos anti-petistas que vendo a reeleição de sua candidata naufragar passariam a votar nele.

Todavia, há a imparcialidade ativa, que impede o apoio automático a Serra. Além disso, o PMDB gaúcho está dividido. Isso o afasta do debate nacional e consigo afasta do seu palanque pro bem e pro mal Dilma e Serra. No início da campanha - quando a Dilma ainda estava longe de Serra - isso parecia ser uma aposta acertada, pois conciliaria o PDT com os "tucanos" do PMDB gaúcho, só que agora começa se tornar um problema com crescimento da candidata petista. Pois ficar ausente do debate PT x PSDB dará um tom autista e sem graça a sua candidatura. O que lhe tira votos e torna mais difícil sua ida ao segundo turno. (Pois ao não optar por Serra perde votos da direita guasca como visto)

Mas considerando que ele ainda assim consiga ir ao segundo turno, o que é bem provável, Fogaça pode encontrar dois cenários. Ir ao segundo turno com Dilma já eleita ou não.

No primeiro caso a imparcialidade ativa perderia razão de ser sustentada, afinal pouco importaria com Dilma já eleita o apoio do candidato compositor.

No segundo caso, com o segundo turno entre Dilma e Serra, se ele quiser o apoio de Yeda - mesmo que não queira  ela deve apoiá-lo - deverá subir no palanque de Serra. Mas este apoio lhe indisporia com o PDT,  o que causaria um constrangimento enorme. Soma-se isso a uma "descortesia" com a direção nacional do PMDB por não apoiar Temer no Sul, provavelmente além de ser abandonado pelo PDT veria uma parte do próprio PMDB lhe deixar.

Sem dúvida, um segundo turno para Fogaça complicaria a sua vida por essas razões. Como então contribuir para Dilma vencer no primeiro turno sem abandonar a imparcialidade ativa? Afinal se ele apoiar Dilma, ele perde numerosos votos dos anti-petistas gaúchos e sua ida para o segundo turno se tornaria ainda mais complicada, já que estes votos migrariam automaticamente para Yeda, por outro lado, com o apoio a Dilma, fica mais fácil ela vencer no primeiro turno, então ele não precisaria muito para captar os votos dos anti-petistas no segunto turno, caso ele chegue lá.

Eis porque a imparcialidade ativa se tornou uma verdadeira sinuca de bicos para Fogaça.

Saudações Dionisícas 






terça-feira, 17 de agosto de 2010

Camisas da Dilma

A ideia do blog abundacanalha é ótima. O blogueiro Jurandir Paulo contribuiu com uma arte ótima e mais a ideia para as camisas, acessem o blog dele. Vamos lá dar o troco a Época. A propósito segue um vídeo interessante sobre o caso:



Saudações Dionisíacas

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Irmãos americanos, The Economist

Segue ótimo artigo publicado no site do The Economist comparando Brasil e EUA. O artigo aponta muitas semelhanças como se vê, mas com uma ressalva: o Brasil é o irmão Dionisíaco.  Ainda recomendo que acessem os comentários ao texto na pagina do referido sítio. é isso.

Saudações Dionisíacas


American brothers
Aug 13th 2010, 11:31 by The Economist online | SÃO PAULO
OTHER Latin Americans think of Brazilians a bit like the rest of the world thinks of Americans: loud, flashy and rich. This is as it should be, because a strong argument can be made that Brazil is actually is the United States—just disguised beneath a Carmen-Miranda-style fruit hat.
Sounds a stretch? Think of two continent-sized countries built on gold rushes and cowboys, on sugar and slaves. Think of the United States being the first country to recognise Brazilian independence. Above all, think of the two countries’ topographies. Both consist basically of big cities on the coast where most of the people live; a vast, spectacularly beautiful and largely empty wonder of the natural world in the deep interior (the Rockies for America and the Amazon for Brazil); and, in between, endless savannahs where all the food grows. In either place, it’s soyabeans as far as the eye can see. Looking down from an airplane as it traverses the flyover states, you would be hard pressed to know whether you were crossing South Dakota or Goias, Mato Grosso or the corn belt.
Perhaps Australia and Canada might say the same. So consider the people. Both the US and Brazil have similar collections of ethnic and racial groups. Each has big minorities of indigenous peoples, of blacks (because both had slavery until the second half of the 19th-century), and of immigrants from Italy, Germany and Asia (Chinese predominate in the US; Japanese in Brazil). São Paulo makes many of those hard-to-verify claims about itself: it is the largest Japanese city outside Japan, the largest Portuguese city outside Portugal, the largest Spanish city outside Spain and the largest Lebanese city outside Lebanon. In the same vein, New York is the world’s second-largest Jewish city, its second-largest Italian city, and so on. Parts of Santa Catarina, in southern Brazil, still look and sound German, rather as parts of Cleveland used to. Even the largest ethnic groups are of comparable scale. In Brazil, people of Portuguese descent make up just over half the population. In the US, whites are just under two-thirds, and heading downwards.
Then think about the cities. Obviously São Paulo is New York—the commercial, industrial and financial capital; a city that never sleeps; a 24-hour traffic jam; a gaudy megacity that works; “an oceanic sprawl” (to quote Norman Gall of the city’s Fernand Braudel Institute). Equally obviously, Brasília and Washington, DC are sisters under the skin; all boulevards which are too wide, public buildings which are too big, public spaces without grace and public life without liveliness. It’s true that many invented capitals plonked in the middle of nowhere—which was true of Washington when the site was chosen—could say the same.
But less obviously think of a coastal city of blazing sunshine and hedonism; of beaches and beach culture; a city that helped define the 1960s and then began to sink backwards into its problems; a city, therefore, also of drug gangs and brutal police. Rio de Janeiro or Los Angeles? Well, both: cities of God and the Angels.
And, last, think of New Orleans on the Gulf coast and Salvador de Bahia, in Brazil’s north-east. Both are the centres of black culture in their two countries. Both are the native places for some of the world’s best music—jazz in New Orleans; tropicalismo, afoxé and caribé in Salvador. Both have huge, celebrated carnivals, notoriously corrupt local politics and famous local cuisines based on ground-up shellfish (gumbo and crayfish in the Big Easy, vatapá and shrimp in Bahia). Separated at birth, it seems.
Obviously, the list of dissimilarities would be as long as your arm, or as Brazil’s coastline. But if this English blogger can be allowed one further indulgence, a big difference lies in the inheritance from the colonial power. Britain bequeathed to the United States a language; a legal system; a political elite (WASPs); a middle-class liking for commerce; a tradition of political liberalism (in the British sense); and a certain puritanical impulse. Portugal bequeathed Brazil the language and Catholicism. And that is about it. Brazil itself developed the rest. And it did so with something that most of the United States lacks: a Dionysian spirit, a happy sense that all the squalor and conflict will end—or at least be suspended—in a samba.