quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Da imparcialidade ativa a sinuca de bico

Tarso cresceu nas últimas pesquisas feitas por todos institutos. Já sabemos. Sabemos também que não acompanhou o crescimento de Dilma. Não tenho competência pra discutir as razões disso. Mas me pareceu que passa despercebido o fato de Yeda crescer. Fogaça portanto caiu, pouco, mas caiu. Diante disso faço as seguintes considerações.

Embora por enquanto, o crescimento de Yeda não chegue ameaçar o peemedebista é preciso considerar que ela tem mais tempo que este no horário eleitoral de televisão. Também é fato de que embora Dilma já apareça na frente de Serra no RS, este será muito bem votado. Graças a um anti-petismo irracional que cravou raízes no RS.

Considerando isso, Serra carreará votos a Yeda, basta essa se vincular (e vai) se credenciar como oposto ao PT. Então isso me leva a crer, que Fogaça deve cair mais e sua ida ao segundo turno ainda é uma incógnita. Como Serra deverá ficar perto dos 40% dos votos no RS, se ele transmitir boa parte de seus votos a Yeda ela chega tranquilamente ao segundo turno. Porém, isso dependerá da capacidade de Serra transferir votos para Yeda, mesmo que ele não queira. Pois se é certo, que ele angaria votos a governadora, esta  pelo contrário, tira votos do "Zé Serra".  Considerando que interessa mais ao tucano paulista se eleger presidente que reeleger sua correligionária ele deve se aproximar do candidato compositor. Esta aproximação garante a Fogaça adesões de muitos anti-petistas que vendo a reeleição de sua candidata naufragar passariam a votar nele.

Todavia, há a imparcialidade ativa, que impede o apoio automático a Serra. Além disso, o PMDB gaúcho está dividido. Isso o afasta do debate nacional e consigo afasta do seu palanque pro bem e pro mal Dilma e Serra. No início da campanha - quando a Dilma ainda estava longe de Serra - isso parecia ser uma aposta acertada, pois conciliaria o PDT com os "tucanos" do PMDB gaúcho, só que agora começa se tornar um problema com crescimento da candidata petista. Pois ficar ausente do debate PT x PSDB dará um tom autista e sem graça a sua candidatura. O que lhe tira votos e torna mais difícil sua ida ao segundo turno. (Pois ao não optar por Serra perde votos da direita guasca como visto)

Mas considerando que ele ainda assim consiga ir ao segundo turno, o que é bem provável, Fogaça pode encontrar dois cenários. Ir ao segundo turno com Dilma já eleita ou não.

No primeiro caso a imparcialidade ativa perderia razão de ser sustentada, afinal pouco importaria com Dilma já eleita o apoio do candidato compositor.

No segundo caso, com o segundo turno entre Dilma e Serra, se ele quiser o apoio de Yeda - mesmo que não queira  ela deve apoiá-lo - deverá subir no palanque de Serra. Mas este apoio lhe indisporia com o PDT,  o que causaria um constrangimento enorme. Soma-se isso a uma "descortesia" com a direção nacional do PMDB por não apoiar Temer no Sul, provavelmente além de ser abandonado pelo PDT veria uma parte do próprio PMDB lhe deixar.

Sem dúvida, um segundo turno para Fogaça complicaria a sua vida por essas razões. Como então contribuir para Dilma vencer no primeiro turno sem abandonar a imparcialidade ativa? Afinal se ele apoiar Dilma, ele perde numerosos votos dos anti-petistas gaúchos e sua ida para o segundo turno se tornaria ainda mais complicada, já que estes votos migrariam automaticamente para Yeda, por outro lado, com o apoio a Dilma, fica mais fácil ela vencer no primeiro turno, então ele não precisaria muito para captar os votos dos anti-petistas no segunto turno, caso ele chegue lá.

Eis porque a imparcialidade ativa se tornou uma verdadeira sinuca de bicos para Fogaça.

Saudações Dionisícas 






2 comentários:

Arthur Rotta disse...

E não é que a Yeda caiu?
http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=135365&id_secao=1

Acho que minha análise não acertou hhaaha

Fernando Martinelli disse...

tua analise só teve uma falha: o Serra não consegue transferir votos para a Yeda. Assim, até mesmo a estrategia da candidata em se colar no seu presidenciavel está sendo hesitante.