Estava lá. Sentada, séria, semblante fechado e imóvel. Só os dedinhos alvos, alvíssimos, da mão direita batiam em frenesi sobre o braço da poltrona. Olhou todos os 7 nos olhos com um ar inquisitorial. Censurava "Vocês, hem? Quem diria que fariam uma dessas comigo?" Os 7 olhavam pra baixo, sem graça. Dengoso torcia o pé contra a terra. Nenhum deles conseguia encarar Branca de Neve. Ela pensava alto " Deveria ter imaginado, com aquele colant justíssismo, aquelas roupas combinando, se dizendo "encantado", ora essa! Por que não me avisaram antes??
-Mas Branca, a gente não sabia - arriscou o Mestre
- Aé?? Sei, sei... Agora estou aqui, só. Antes preferia ter ficado envenenada a ser humilhada assim, desse jeito, falada em todo o reino...
- Mas... pelo menos agora, a senhora pode conseguir alguém que lhe dê um filho
- Cala boca seu pulha!- responde rispidamente Branca de Neve, acabando com o sono de Soneca.
Ninguém mais fala nada. Branca de Neve pensa um pouco e quebra o silêncio:
- Mandou para os classificados o anúncio para 8° anão, Atchim?
- Aaatchim! Sim senhora.
Neste momento soa a campanhia. Feliz lembra:
- Olha, deve ser alguém atrás do anúncio - Sorri, Feliz.
-Abra a Porta! - Ordena Zangado.
Dunga abre a porta. Surge uma criaturinha feia, horrorosa, desbotada, quase sem cabelos, olhos grandes e muito magro. Olha ao redor e mira nos olhos de Branca de Neve, estica os braços na direção dela e pronuncia:
- My precious!
Saudações Dionisíacas
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